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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pensamentos

Coloquei uma frase no último post que me deixou pensando; escrevi que eu acho que está tarde demais para esperar que este ano ainda dê uma guinada e cedo demais pra tecer expectativas para o próximo ano...É como se eu estivesse me colocando em um meio-momento imaginário a espera de algo acontecer e me veio à cabeça as teorias do tempo lacaniano e alguma coisa de Schopenhauer. Esse ano maluco teve tantos aspectos negativos que a vontade que dá é de dar uma parada, esquecer de tudo, criar a ilusão que as coisas seguem conforme a nossa vontade para que possamos sofrer menos. Por outro lado, "vontade (ou desejo, ou a vida, ou a existência) oscila como um pêndulo entre o tédio e o sofrimento".
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A minha monografia trata sobre o sofrimento metafísico. Falo sobre todas essas ilusões que a gente cria pra encontrar a paz, e muita gente consegue. A maioria das pessos conseguem viver perfeitamente a vida sem refletir sobre ela, sem sofrer com a miséria que é o ser humano: vil, mesquinho, egoísta. Mas e quem vê que tem alguma coisa errada? Esse vai passar o resto dos seus dias como no pêndulo. O que fazer? Não desejar.. Mas quem não deseja, deseja não desejar. Então você nunca estará liberto. Como já dizia na música belíssima do Renato Russo: "tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor".
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Começei a escrever um monte de coisa que acho que ninguém além de mim entenderia, por isso apaguei. Falar de sofrimento me deixa meio exaltada. O fato é que tem momentos que eu só queria não ter que sentir, queria ser como a maioria das pessoas. Queria não ter ninguém depositando expectativas em mim; querendo que eu tenha sempre uma posição coerente. Eu, definitivamente não me importo com o que as pessoas pensam de mim, já passei dessa fase há muito tempo (embora eu tenha problemas em ser questionada); a minha solução pra isso é que eu sempre me achei melhor e mais inteligente que as outras pessoas (e, realmente, eu acredito que isso seja verdade). Eu me importo é com o que as pessoas que eu gosto esperam de mim! Eu sou professora e por isso tem um monte de crianças que me têm como referência, convivo com pessoas que acreditam em mim, tenho uma sobrinha que eu pretendo educar para ser uma menina honesta, tenho uma mãe que, embora eu ache que ela me explora (rsrs), tem coisas que ela só pode contar comigo. Com essas pessoas que eu me preocupo e por essas pessoas que eu vejo que não teria como eu ser de outro jeito.
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Essa discussão rende muito ainda... Vou pensar essa noite com os meus pensamentos a mil, afinal são essas inquietações que dão sentido a qualquer coisa que eu faça.

Um comentário:

Alexandre disse...

Ei, tem a mãe, a Luiza, e de mim não fala nada!?