Páginas

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O riso da vida

Uma pessoa que me emociona ao vê-lo reger (ou tocar) é o maestro João Carlos Martins. Ele  me toca não só no sentido da transcendência de sua música como por sua história de vida também.

Lembro que dia desses, em mais um daqueles momentos em que me encontro com o pessoal para beber e conversar besteira, era também final da novela ‘Viver a Vida’. Quando começou a novela, nós (as meninas) fomos correndo para uma televisão para assistir ao último capítulo. Não foi lá grande coisa (tirando uma doida que ficou com dois caras...), mas o ponto alto foi o depoimento final. Esses depoimentos ficavam sempre naquela auto-ajuda, era meio chato, mas quando vi que quem iria falar era o maestro, soltei: a história desse cara é foda! E mais uma vez parei pra ouvi-lo, e mais uma vez me emocionei.

 

Se me perguntarem no que mais temo me tornar, categoricamente respondo que é numa pessoa ressentida. Eu considero a condição mais deprimente que o ser humano pode chegar. E é tão difícil fugir disso... A gente convive com tanta injustiça, ingratidão, falta de companheirismo e de caráter das pessoas que a tentação do rancor fala mais alto. É dificil não se influenciar quando alguém ou algo nos faz mal; mas, por outro lado, é penoso uma pessoa que vive em função desse mal.

Este preâmbulo todo foi para dizer que hoje estava zapeando na TV e vi o maestro João Carlos num programa ruinzinho pra caramba do Edu Guedes (quem por si só, já é ruim pra caramba), em que ele cozinha para o convidado enquanto o entrevista. Parei para assistir, por causa do maestro, óbvio.

Em determinado momento, o maestro conta que após perder os movimentos de uma das mãos, procurou um pai de santo que o disse para que não se preocupasse que, em breve, os movimentos estariam tais e quais ao da outra mão. Por fim disse que o pai de santo estava certo, um tempo depois, ele acabou perdendo os movimentos da outra mão... E tudo isso era contado entre gargalhadas.

Uma pessoa que, apesar de toda a desgraça, apesar de todo o sofrimento, consegue, humildemente, rir de si mesmo merece aplausos. Mais ainda que os 8 minutos do Carnegie Hall em Nova York.

Genial!!





***Tem um outro vídeo em que ele toca piano no programa do Jô com a mão direita quase fechada que é lindo! Depois procuro.

Um comentário:

Unknown disse...

Aqui o link para o vídeo que queria, Amanda: http://www.youtube.com/watch?v=aZq-gxUSuTk