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quarta-feira, 4 de março de 2009

Quem sou?

No meio de tanta gente que eu conheço, é inevitável que as pessoas tenham impressões diferentes sobre mim. Meus colegas de trabalho; minha família de dentro de casa; minha família de fora de casa; pessoal da faculdade (saudade deles); pessoal do bairro; as pessoas dos mais variados lugares; e a minha turma. Todas essas pessoas têm uma visão minha diferente e todas essas visões são o que eu sou.
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Lembro que passava horas conversando com um amigo no bar da faculdade sobre isso. Ele falava que durante muito tempo ele vivia culpado por achar que ele deveria ser apenas uma única pessoa tanto em casa quanto no trabalho, ou na relação com a namorada, etc. E continuou dizendo que no dia que ele se libertou desse paradigma e viu que era totalmente natural você se moldar ao ambiente em que se está vivendo e ele passou a conviver melhor com ele mesmo. Esse é um tipo de culpa que eu acho que a maioria de nós vive. Na adolescência a gente quer passar uma imagem pra que as pessoas te aceitem e acabam anulando outras coisas que você também é, mas que para aquele grupo não é válido. O problema é que se leva a crise da adolescência para a vida adulta e os adultos são bem mais cruéis com o que é, ou quem é fora dos padrões.
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Também sou chata, grossa, mal humorada, depressiva, ranzinza. E, normalmente, à primeira vista é assim que as pessoas me pintam. E elas não estão equivocadas: eu realmente sou assim. Meus defeitos também fazem parte do que eu sou. A maioria das pessoas nega seus defeitos durante toda a vida. Com aquela preocupação de demonstrar o quanto se é legal e acabam por frustrarem-se. E, é por essas e outras, que acabei me fechando dentro do meu círculo de amigos. Só eles conseguem entender que eu odeio o Augusto Cury (risos); todas essas mensagenzinhas motivacionais, auto-ajuda e afins não estão com nada! O que tem de errado em alguém estar triste?
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Não quero assumir aqui uma posição de pessimista (no sentido pejorativo dessa palavra). Claro que eu adoro que as pessoas façam o que traga prazer, até porque o meu estilo de vida é de estar com as pessoas que me são agradáveis, rir, conversar, brincar. Porém, o que eu ressalto é que a vida real não é só isso: tem injustiça, tem pressão, tem preconceitos, tem maldade. As pessoas com mais sensibilidade sentem isso e se revoltam e ficam mal, isso é natural. Outras já se acostumaram com isso e contribuem para que assim seja sempre e vão em busca de um falso prazer: saem por aí pra pegar a primeira mulher que estiver disponível, trata ela com se fosse um lixo, bebe e vai embora e segue a vida normalmente.
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Fico pensando se as pessoas agem assim porque não querem admitir o que ela é realmente; ou se é porque ela acha que aquilo é mesmo a melhor coisa do mundo. Ou, como diria a Dayane, posso ficar com a opção que tem as duas coisas. Ou ainda tudo o que eu escrevi não faz o menor sentido e, como diria o Alexandre, eu to ficando louca mesmo!!!
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Tem coisas que reconhecemos em nós mesmos somente dentro da nossa introspecção. É quando nós analisamos as nossas atitudes e tiramos as nossas conclusões sobre elas. Mas também considero muito importante a visão que o outro nos dá. Acho muito interessante quando a Dayane ou Elvira falam a visão que elas têm de mim, por exemplo. São coisas de uma profundidade que é até engraçado porque a gente pensa parecido sobre algumas coisas e elas são pessoas que me conhecem como ninguém. Além do que elas me trazem essa perspectiva de fora de mim mesma.
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Mas tudo é de uma subjetividade tão grande que tentar responder ‘Quem eu sou?’ soa tão complicado quanto encontrar a Verdade. Até porque a pessoa que eu “acho” que sou hoje pode mudar completamente daqui a um mês, um ano, uma década... E vai saber se encontrar essa resposta tem alguma relevância. Talvez eu nem fizesse nada diferente

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